Journey – O simulador de amizades!

Esse texto é dedicado aos meus amigos Breno, Mauricio, Bela e Ana, não porque vou falar de um jogo que simula amizade, mas porque eles odeiam este joguete.
Me lembro até do sábado a noite em que chamei esses amigos para irem lá em casa comer, rezar e amar beber e assistir alguma luta, se não me engano aquela trágica em que o Anderson Silva achou que era um boneco e quis mover a articulação da canela, contra a canela do outro lutador.
Porém antes do incio da luta haveria muito tempo pra gente passar conversando, enchendo o saco um do outro e julgando os outros coleguinhas. Foi quando eu decidi que era uma boa ideia mostrar alguns joguinhos que tinha zerado recentemente, sendo um deles Journey.
Talvez (mas só talvez) a forma que escolhi apresentar o jogo não tenha sido muito dinâmica nem prática, mas eu queria mostrar toda a fodacidade dele de uma só vez, então pensei que termina-lo de novo enquanto eles assistiam era uma boa ideia.
Não foi.
Apesar de ser de curta duração (entre 2~3 horas), o gameplay é lento, calmo e tranquilo. Muito diferente do que um UFC Satuday Night Live with Anderson Silva’s broken legs deveria ser.
Talvez por isso eles odeiam tanto o jogo e talvez por isso as coisas que passei a apresentar pro esses amigos já vinham acompanhadas da pergunta feita por eles: isso daí não é um journey não né? E talvez por isso Journey virou adjetivo para as coisas merdas que eu apresento pra eles.
Poxa :/
Mas eu os entendo. Journey deve ser jogado sozinho, sem interrupções e, se puder, num volume consideravelmente alto e no escuro. Ao contrário disso, acredito eu, parte da experiência se perde por causa de alguns fatores: O primeiro sendo o fato do jogo ter uma das melhores trilhas sonoras (como já mostrei nesse post aqui) da vida; segundo por ser um extremamente iluminado nas partes mais bonitas e bem feitas, que é pra te fazer cair no chão em posição fetal e chorar de tão lindo; terceiro por ser o tal simulador de amizades.
Journey, como o nome já diz, é uma jornada que passa por vários ambientes opressores, ou por serem enormes e vastos demais, ou por ter inimigos enormes, vastos e rápidos demais, tornando a batalha uma opção inviável e se esconder a mais saudável.
Mas então, como funciona esse simulador de amizade? Journey foi feito pra ser jogado no multiplayer online, apesar de apresentar a opção singleplayer offline, porém já adianto que esse só serve para quem quer pegar todos os troféus e desbloquear tudo.
A diversão mesmo é no online, onde você tem a total experiência que os desenvolvedores queriam passar, pois não pode se conectar com um amigo que tem adicionado na PSN, mas sim com alguem aleatório ao redor do mundo que você nem sabe o nome e nem pode se comunicar, já que eles desabilitaram também o microfone do PlayStation.
Ao entrar num jogo com um ambiente opressor e trilha sonora imersiva faz com você busque uma zona de conforto, algo pra se apegar e não tornar aquilo tudo tão assustador e é aí que seu amigo desconhecido entra em ação, pois os 2 estão na mesma situação e começam a cooperar pra sair dali juntos.
Pra exemplificar melhor, darei exemplo de três situações que passei, três tipos diferentes de amizades:
A primeira, literalmente a primeira, pois aconteceu na primeira jogatina. Quem estava comigo, tratei como se fosse uma especie de mentor, um professor, um guia que já sabia os caminhos que seguir e em que partes tomar cuidado pra não ser atacado.
A segunda foi mais uma sensação de igualdade, 2 amigos que sabem a aventura que vão passar, que já conhecem mais ou menos os caminhos e que juntos vão se ajudando. Essa experiência se repetiu por muitas outras jogatinas também, tendo até uma variante onde encontrava jogadores que sabiam o caminho, mas que não seguiam certo de propósito só pra te encher o saco.
A terceira, depois de já ter desbloqueado tudo no jogo, foi o inverso da primeira, em que eu já conhecia tudo e fui guiando quem estava comigo pra achar todos os itens pra coletar e ajudá-los a terminar o jogo  assim como me ajudaram no inicio.
O mais interessante, talvez, é que como não tem compatibilidade com o microfone, o único meio de comunicação é um somzinho que o seu personagem emite ao apertar Quadrado, um som como se fosse pra chamar a atenção do seu amigo desconhecido, pra dizer aonde você está no mapa ou aonde vocês tem que ir. O personagem emite apenas um som, uma nota só em algum instrumento, mas já o suficiente pra você entender o que ele quer dizer, como se fossem amigos ha tempos e o nível de broderagem já permite compreender uma frase inteira do seu amigo só olhando.
Faltou comentar muitos aspectos da jogabilidade, alguns outros pontos ficaram mal explicados, mas acho que só pelo simulador de amizades já deu pra entender o quão grandioso esse jogo é e porque ele é tão foda pra todos que conseguiram essa experiência por completo.

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